Para os britânicos, os jardins são tão importantes quanto o restante da casa, por isso não é raro encontrar imensos gramados e paisagens dignas de filme ao passear pelas áreas mais interioranas do Reino Unido. Muitas regiões ainda preservam jardins centenários, marcados pelo tradicional estilo inglês. Essa vertente paisagística surgiu no início do século 18, como uma oposição à formalidade e simetria excessivas dos jardins franceses do século 17.
Com um olhar romantizado que busca não interferir tanto na natureza, o paisagismo britânico preserva a sinuosidade e o livre crescimento das plantas, sem podas constantes e mantendo maciços coloridos com espécies variadas. O precursor desse movimento foi Lancelot Brown, paisagista e arquiteto britânico que desenhava paisagens para aristocratas e propunha romper com as regras dos jardins barrocos.
Nas tradicionais casas de campo inglesas, o jardim funciona como complemento à arquitetura, cercando as construções com suas cores e formas orgânicas, porém muito longe da pretensão e artificialidade do estilo francês. Em alguns casos, trepadeiras densas cobrem as fachadas de pedras ou tijolinho, provando a sinergia entre casa e paisagem. Um local que até hoje preserva esse conceito é o parque nacional The North York Moors, na região de Yorkshire. Ali, casas de campo bucólicas mescladas à estonteante paisagem natural se tornaram uma admirável atração turística.
O paisagismo inglês é tão marcante que já serviu de inspiração para diversos artistas e autores ao longo da história. De Claude Lorrain e Nicolas Poussin, dois renomados pintores franceses que ajudaram a difundir o conceito de paisagens menos rígidas e formais, ao autor Henry James, que inicia seu primeiro grande romance, Retrato de uma senhora, em um tradicional jardim britânico. Até Os Beatles fizeram referência ao tema em uma de suas músicas, I Am The Walrus, que diz: “Sitting in an english garden, waiting for the sun”.
No Park North York Moors, os jardins são grandiosos e se transformaram em legado histórico, porém também é possível aplicar o paisagismo britânico em menores proporções ou em regiões com outras características climáticas. Inclusive, o estilo inglês virou uma referência em todo o mundo, até mesmo no Brasil. Romântico e com aura aconchegante, o jardim cottage inglês serve de inspiração para diversos projetos paisagísticos atuais. Por aqui, Gilberto Elkis e Sig Bergamin são dois profissionais que assumem um interesse especial por essa estética.
Dicas para ter um jardim inglês
Como mencionado acima, os ingleses valorizam técnicas menos invasivas no cultivo das plantas, permitindo que elas cresçam e adquiram suas formas naturais sem tanta interferência do homem. Simetria e topiaria, por exemplo, estão fora de questão. No geral, o charme do jardim inglês é justamente não ter regras e se assemelhar a uma paisagem natural, então é fácil adaptar ou reorganizar o seu espaço dentro dessa proposta.
Quanto às espécies, é importante escolher as que se adaptem bem ao clima do Brasil, para que possam crescer de forma saudável. Evite qualquer planta tropical, pois elas fogem completamente dessa estética. Aposte em espécies que se desenvolvem bem sem podas, de fácil manutenção e beleza rústica, como pequenas árvores, trepadeiras e maciços de flores. Alguns exemplos interessantes são: hera, jasmim, lavanda, margaridas, agapantos, gerânios e rosas. Uma boa dica é mesclar flores de cores diferentes e, se possível, fazer um gramado entre os maciços e espécies maiores.
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