O uso das joias existe desde os primórdios da humanidade. Já no tempo das cavernas, o homem utilizava conchas, ossos, madeira, metais e pedras para incorporar à sua vestimenta adornos que conferiam status e poder. Com a evolução da sociedade, seu uso ganhou importância em todos os povos e diferentes representações em cada cultura.
Entrelaçado à moda e à estética, o simbolismo dos adornos é similar ao das roupas: materiais, exclusividade e valor garantem expressão e posicionamento na sociedade. Uma vez que, além de ser um elemento visual, o uso dos metais e pedras preciosas sempre esteve associado à riqueza. Outro ponto importante é o aspecto religioso, joias podem ser amuletos, representar divindades, serem objetos de crença ou usados em rezas e meditação. E por que não usá-las na decoração da casa também?
Decoração com adornos, do Oriente à Art Nouveau
Como acontece na história da moda e da decoração, há intersecções recorrentes nos estilos e características que marcam fases da sociedade e movimentos artísticos. Se a cultura étnica extrapola barreiras e inspira a moda por todo o globo, não seria diferente no âmbito das joias orientais – tanto para vestir como para enfeitar nossas casas.
Um exemplo presente até hoje e com força é o Japa Mala necklace, ou cordão de Japa Mala, um colar feito de contas (108, 56 ou 27 contas precisamente) e pendente de tassel. Sua origem é indiana e é usado inicialmente para concentração na meditação. Feitos de sementes, cerâmica, madeira ou pedras, é comum e interessante sua aplicação ao décor, dando um perfume étnico ao ambiente. Pode enfeitar mesas de centro ou lateral, juntamente com outros objetos e arranjos, como livros, vasos e caixas.
Se nos deslocarmos agora para a França em meados de 1900, é na Art Nouveau, movimento artístico que marcou a Belle Époque e influenciou o mundo, que os adornos e joias ganham importância de maneira decorativa, compondo ambientações ricamente ornamentadas. O estilo é caracterizado por móveis, objetos e acessórios que lembram elementos da natureza, curvilíneos, como folhas, troncos, flores e conchas. Na decoração, enfeites moldados, murais de vidro e acessórios detalhados datam o período, porém, seguem atuais com a tendência contemporânea de misturar culturas e padrões. O legado dessa fase se traduz hoje em dia em lustres, abajures, enfeites, vasos e entalhos na madeira, vidro e ferro.
Da moda ao décor
Se pensarmos no uso de joias, estampas, materiais e cores que passeiam livremente da moda à decoração, um nome criativo nos vem à mente: a grande estilista Diane von Furstenberg, uma das mais importantes profissionais da moda dos anos 70 e 80.
Com linguagem marcante, Diane criou ícones da moda como o wrap dress que a consagrou nesse universo. Entretanto, o sucesso de suas padronagens e formas a fez ir além. A designer belga naturalizada norte-americana mergulhou na criação de joias e peças para a decoração, o que criou um mix interessante inspirando diversas coleções e ambientações pelo mundo. Essa mistura de universos confere um forte uso das cores, adornos dourados como cereja do bolo nos espaços e presença marcante de padronagens.
Pedras em destaque
Falar sobre joias e adornos no décor não estaria completo sem abordar as pedras e seu caráter místico além de estético. As pedras ou drusas, aglomerados de cristais, são verdadeiros amuletos da decoração. Com apelo religioso ou não, cada pedra evoca sensações e simbolismo comuns a diferentes culturas. Cristais costumam ser conhecidos por sua função de purificação de ambientes, ametista se relaciona à espiritualidade e os quartzos – em alta atualmente – são filtros de energia, e acredita-se que possam limpar um espaço dos maus pensamentos.
Além da aplicação em formato original, as pedras podem ser usadas como base de luminárias e abajures, lapidadas em enfeites para mesas e escrivaninhas, ou como acessórios decorativos.
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