A Neuroarquitetura vem ganhando destaque por unir arquitetura e neurociência para criar ambientes que melhoram o bem-estar, produtividade e até a saúde mental das pessoas. Mas o que realmente significa esse conceito inovador? Basicamente, é o estudo de como o design dos espaços impacta o cérebro humano. Aplicando fundamentos da neurociência, a neuroarquitetura vai além da estética: ela observa como cores, iluminação, texturas e até layouts podem afetar nosso comportamento e emoções.
Experiência Neuroarquitetura
Nesta quarta-feira, dia 30 de outubro, tivemos a honra de receber a talentosa arquiteta e especialista em Neuroarquitetura, Eliana Toledo (@elianatoledoarquitetura), para um evento especial em nossa loja. Eliana conduziu um talk inspirador sobre como o design dos espaços afeta o bem-estar e as emoções humanas. Ela trouxe neste evento insights profundos sobre a relação entre arquitetura e neurociência.
Além da palestra, Eliana guiou nossas arquitetas convidadas em uma imersiva experiência sensorial, explorando as coleções exclusivas Brunello, Wabi-sabi e Copacabana.



Confira a entrevista com a Eliana e fique de olho em todas as dicas:
GP Life Decor: Como você descreveria Neuroarquitetura para alguém que nunca ouviu falar sobre esse conceito?
Eliana: A Neuroarquitetura está presente em todos os momentos. A partir do momento que a gente está imerso em um ambiente, seja ele interno ou externo, todo aquele impacto ao redor vai causar na gente alguma sensação ou emoção. Então seja o barulho dos carros, a intensidade da luz do dia, estar dentro de um ambiente, as cores, os cheiros, os nossos sentidos estão o tempo inteiro (isso é para todo mundo) aguçados em perceber os espaços que estamos ocupando.
GP Life Decor: De que maneira a Neuroarquitetura pode transformar um espaço residencial ou comercial?
Eliana: Como a Neuroarquitetura estuda o cérebro humano, ela percebe através de alguns testes, avaliações e de um briefing diferente, o que é que faz diferença para cada ser humano. Se a pessoa é mais sensível ao cheiro, ou mais sensível ao barulho, que memórias que ela traz da vida dela. A partir dessas memórias, ou dessas sensações que são mais fortes para cada um, o ambiente pode ser projetado, pensado ou simplesmente modificado em pequenos detalhes, para que aquele espaço se torne mais próximo daquela pessoa que ali mora, crie uma identidade com ela. Então, às vezes colocar um vaso de planta, trabalhar na cor que faça sentido para ela, trabalhar com objetos de ancoragem (que trazem boas memórias). Há uma série de recursos, além do projeto como um todo, para que a Neuroarquitetura contribua tanto em espaços residenciais, comerciais, corporativos e espaços de saúde. Enfim, ela está presente em todas essas áreas!
GP Life Decor: Quais elementos de design são mais impactantes no comportamento humano dentro de um espaço?
Eliana: Como eu comentei, a Neuroarquitetura fala de todos os nossos sentidos, ela fala da biofilia, ela fala de pertencimento, ela fala do clima, do ar, de ocupação. Então para cada uma das pessoas (para cada ser humano) isso vai ter um papel maior em destaque, junto com as referências que essa pessoa traz da história de vida dela. Não há algo muito específico (por exemplo: tem que ser esse design) talvez uma peça que para você funcione, para outra pessoa ela não vai ter de repente o mesmo significado, o mesmo resultado. A gente sabe pela Neuroarquitetura que alguns detalhes, por exemplo peças arredondadas e menos pontiagudas agradam uma maioria, porque elas remetem exatamente a esse design mais biofílico mais humano, diferente de outras formas (isso é um exemplo, tá?). Mas é dessa maneira, é de uma forma muito particular para cada pessoa e projeto.
GP Life Decor: Que conselhos você daria a arquitetos e designers que querem incorporar princípios de Neuroarquitetura em seus projetos?
Eliana: Olha para quem quer aplicar nos seus projetos eu diria: estude, estude, estude, aprenda e se aprofunde. Não é um assunto que a gente consegue aplicar se a gente realmente não mergulhar fundo e entender como que isso acontece dentro do nosso corpo. A gente precisa entender como é que o nosso cérebro recebe aquilo, entender como que essas pesquisas estão sendo desenvolvidas, o que a gente tem de material científico hoje no mercado, para fazer algo que realmente seja mais assertivo e não dar soluções que a gente vá para o “achismo”, mas sim que elas realmente tragam resultados eficazes para aquele projeto. Então procurem, cada vez mais, estar antenados em cursos, em lives, em muita leitura, mas realmente de uma maneira muito completa ou procurem um profissional que atue na área de Neuroarquitetura para auxiliar nesse trabalho em parceria.
GP Life Decor: Como o design de um espaço pode impactar a saúde mental e emocional das pessoas que o utilizam diariamente?
Eliana: Nossa! A questão da Neuroarquitetura e o impacto na saúde mental, ele é total! Então desde você ter uma casa que você consiga se organizar da melhor maneira, você ter um espaço para fazer boas refeições, um local para preparar seus alimentos, uma cama que proporcione uma boa noite de sono (desde o colchão que você utiliza, até a iluminação pensada desse quarto) as cores, um banheiro (que hoje é relatado já em pesquisas, que é uma das áreas de um ambiente que as pessoas mais param para refletir, para ter um momento de seu spa particular) que possa trazer essa calma, tranquilidade através da própria água ou de um aroma. Todos esses itens vão impactar muito na saúde mental, melhorar a nossa cognição. Então trabalhar iluminação adequada para todos os ambientes, ter a luz natural entrando, ter atividades ao ar livre (mesmo que sejam curtas, durante o dia) tem tudo a ver com o nosso ciclo circadiano, que é um outro assunto muito interessante. Todos esses pontos já são comprovados que melhoram quadros de ansiedade, de depressão, aumentam a motivação no teu dia a dia, na tua rotina. É um conjunto de fatores, que a Neuroarquitetura está aí para trazer (como eu falo) ambientes de cura, ela trabalha também com a cura do ser humano. A gente (a grande parte) passa a maior parte do tempo na própria casa, então que a gente realmente tenha ali um oásis com todos esses pontos que a “Neuro” utiliza e aplica!
Uma Nova Abordagem Para O Morar
Desde a disposição dos móveis até a intensidade da luz natural, tudo influencia como percebemos e nos sentimos em um ambiente. Um escritório projetado com neuroarquitetura, por exemplo, pode incluir espaços de relaxamento para reduzir o estresse e layouts que promovam a interação. Em residências, o uso de cores calmantes e iluminação suave contribui para uma sensação de conforto e tranquilidade. Com esse foco em criar experiências espaciais mais saudáveis e funcionais, a neuroarquitetura se estabelece como um campo fundamental para o futuro do design arquitetônico.







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